A educação do campo vem mobilizando uma perspectiva mais ampla que se envolve com as transformações de ordem política, econômica e social no Brasil nos últimos 30 anos. Desde que surgiu esteve envolvida com as lutas dos movimentos sociais camponeses de modo a se contrapor ao modelo da educação rural. Entre as muitas bandeiras erguidas por esses movimentos, a educação é sem dúvidas uma luta que se destaca no tempo atual. A escola localizada no campo exige fazer desse lugar um espaço de formação humana no qual o conhecimento e as culturas convirjam em práticas, diálogos e novos conhecimentos. A educação escolar do campo tem que ser capaz de produzir, nesse meio e na cidade, concepções que estendam as ordens da produção colaborativa, em que a aprendizagem seja também cultura, ciência, economia, tecnologia. Através de uma educação que se quer de qualidade, pública e gratuita, se considera possível a transformação social dos sujeitos envolvidos, autonomamente participantes. Esses sujeitos são convidados a expandir e a melhorar as formas de agir e viver nos coletivos contribuindo com o viver em sociedade. Os artigos reunidos neste livro se ocupam em trazer colaborações nesse sentido quando tematizam as perspectivas e atualidades da Educação do Campo [...].

Cláudia Madruga Cunha